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quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O que eu aprendi em 1 ano fora de mim - e do Brasil.

A manhã chegou, você assistiu o sol vermelho surgir,
O LED ainda pisca em seus olhos.
Oh, você deveria poupar o seu rosto da navalha
porque ninguém vai poupar tempo para você.
Não tente se fazer apresentável para o mundo, porque poucos são os que vão parar para te conhecer de verdade.
Ninguém vai ver você indo embora
de uma casa que você não construiu e não controla.
Se você recebeu as coisas facilmente, não espere ter controle delas sempre com a mesma facilidade. Tudo o que vem, um dia se vai.
Você deve poupar o seu rosto da navalha,
porque ninguém vai poupar tempo para você.
Você deveria poupar o mundo do seu trabalho,
se passaram 20 anos e ninguém te falou a verdade!
Você tem apenas 20 anos! Não fique desesperado para arrumar um emprego, iniciar uma vida de trabalho exaustiva e sem significado. Vá viajar, vá viver a vida.

Então escute... Não espere. Carpe diem.

Então mantenha em mente uma lista de agradecimento
E não esqueça os ricos que eram gentis, ricos em sabedoria, em bondade, em espírito...
Oh, você deveria poupar o seu rosto da navalha
porque ninguém vai poupar tempo para você.
À sua frente existe um mundo cheio de mentiras, trapaças, miséria e infelicidade. Atrás de você existe um outro mundo de sonhos e oportunidades. 
Por que você não poupa do mundo um traidor?
Pegue sua aposta de volta e saia antes que você perca.

Então enquanto o sol está saindo,
siga em frente, siga em frente,
E se você encontrar amor por esses palhaços,
vire-se, volte.
Não se prenda a pessoas ou lugares que te impeçam de crescer, realizar seus sonhos, e enfim, ser livre.*

*Letra de Obvious Bicycle, do Vampire Weekend, com algumas interpretações inseridas.
Imagem: Linha de cima, esquerda para a direita: Nascer do sol no Saara, pôr do sol na Capadócia e pôr do sol em Santorini.
Linha de baixo, esquerda para a direita: Uma tarde em Ibiza, uma tarde no campus da QMUL e o nascer do sol da cozinha do meu cantinho em Londres.



quinta-feira, 28 de maio de 2015

Amizade sem fronteiras


     Há uns cinco anos eu lembro da minha mãe falando que queria se mudar pra Fortaleza. Eu fiz o maior escândalo dizendo que eu não queria de jeito nenhum, que eu gostava muito de Brasília, que eu não gostava de Fortaleza e ponto final. Acabou que não mudamos. Eu até cheguei a falar pra minha mãe, que a verdade é que eu morria de medo de perder meus amigos. Na sétima série eu mudei de unidade de colégio e eu já tinha ficado super arrasada, porque pensei que estava deixando minha turma pra trás e que não ia fazer novos amigos. Em 2010, eu estava voltando para a antiga unidade, no primeiro ano e tinha reencontrado minha turma da quinta série. Eu estava super feliz. Naquele momento eu tinha os meus amigos da sétima e da oitava série, e agora os meus antigos amigos de novo. Eu tinha certeza absoluta que seríamos amigos para sempre, mas ao mesmo tempo pensava que minha ida à Fortaleza estragaria tudo. Eu precisaria fazer novos amigos, e eu pensava que eu era terrível nisso. Precisaria me adaptar a uma nova vida, esquecer os lugares que eu frequentava e a aprender a gostar de novas coisas. Isso me aterrorizava. Eu nunca odiei Fortaleza, muito pelo contrário, todas as minhas férias lá eram o ponto alto do meu ano. Mas eu tinha medo de mudança. Medo de ser esquecida, e de esquecer... 
     Tanta coisa mudou desde tudo isso, mal dá pra acreditar. Eu não sei o que teria acontecido se eu tivesse me mudado pra Fortaleza, há cinco anos atrás. Eu não sei onde eu estaria neste exato momento. Só sei que eu tava muito enganada sobre muitas coisas, naquele ano de 2010 em que eu falei pra minha mãe que não queria me mudar. Primeiro de tudo, alguns amigos que eu queria muito por perto acabaram se afastando, não por descaso ou desentendimentos, mas apenas porque seguiram caminhos diferentes, e tudo bem. Outros muito sensacionais entraram na minha vida. A minha turma da quinta série, que eu reencontrei no primeiro ano, teve o elenco um pouco modificado, algumas aquisições novas. Houveram algumas saídas temporárias também, mas não importava(e até hoje não importa!) quanto tempo ficávamos sem nos falar, no dia que nos encontrávamos parecia que ainda éramos aquela mesma turma da quinta série. Só havíamos trocado as brincadeiras por festas. 
     Hoje eu tô bem longe de Brasília, muito mais longe do que Fortaleza. E tô muito orgulhosa de mim mesma enquanto escrevo esse texto. Calma, não é auto-promoção não. É que os amigos que me cercavam quando eu saí de Brasília, aparentemente são os melhores do mundo, e eu tô orgulhosa por tê-los achado e tê-los mantido perto de mim. Digo que eles são os melhores do mundo porque eu tô com uma saudade danada de todos eles. Não que eu não esperasse ter saudade deles. Mas o tanto que eu sinto falta me surpreendeu. E mesmo que a gente não converse todo dia, quando eu falo com um ou outro e escuto/leio um "tô com saudades", eu juro que fico mais feliz do que consigo expressar. 
Acho que hoje em dia eu iria pra qualquer lugar, se minha mãe quisesse. Aqui eu também fiz amigos (também são os melhores do mundo!) e onde quer que eu fosse, sei que eu faria. Porque a vida é assim, as pessoas que vem e vão te moldam, e participam do teu mundo de qualquer maneira. Umas são passageiras, e outras não. Umas continuam voltando pra você, e você pra elas, e vocês participam da vida um do outro, mesmo que à distância. E se dar conta disso é bom demais! Meu coração tá transbordando de alegria pelos amigos que eu vou voltar a ver em setembro, e pelos que eu vou visitar um dia, quando nossos caminhos se separarem daqui.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Sleepover (cont. Amigos...?)


Sabe aquele ponto onde as pessoas estão bebendo faz um tempo e todo mundo começa a falar alto, e o lugar fica parecendo uma feira? Não sei se você sabe, mas era como estava a sala com meus parentes jogando buraco e tomando whisky. Eu não gosto de whisky, e mesmo se gostasse nunca beberia na frente dos meus pais, então eu estava tentando assistir TV. Tentando é a palavra exata, porque minha concentração estava vergonhosa. Não era nem o barulho, mas meus olhos que se desviavam a todo momento da tela para o rosto concentrado do Fred, jogando buraco com meus tios. Eu não entendo nada de buraco, mas ele parecia estar ganhando, pois seu sorriso estava radiante.
- Ô Rogério, foi você que ensinou seu filho a jogar? O moleque não tá dando chance pra ninguém, pô!
- Que nada Túlio. O piá aprende essas coisas ai na rua. Devem jogar apostado.
- Podem vir, podem vir! - Fred disse, enquanto fazia o gesto de “vem” com a mão.
Nossos olhos se cruzaram, e antes que eu pudesse desviar, ele piscou pra mim. Ao voltar meus olhos para a TV, eu não podia enxergar um palmo à minha frente. Comecei a mudar de ideia. Esse feriado não ia ser nada bom, ele ia acabar me enloquecendo. Levantei.
- Bom, família, vou me retirar aos meus aposentos. - gritei para todo mundo.
Ao chegar no quarto, desabei na cama antes mesmo de trocar de roupa. “Tô ferrada”. “Tô muito ferrada”. “Por que diabos eu tô me sentindo assim? Em anos nunca nada aconteceu, não vai ser agora, nem tão cedo. Desencana”. “Ele nunca demonstrou o menor interesse. E nem eu, para falar a verdade. Somos amigos. É isso”. 
*
No meu sonho eu estava num satélite espacial vendo um jogo de futebol, enquanto meu tio reclamava. “Eu não acredito. Escanteio! Essa bola foi parar lá em Marte!”. De repente ouvi um barulho. No meu sonho? Não. Era de verdade. Abri o olho, apavorada. Uma fresta de luz atingiu o canto do quarto, e eu estava paralizada de medo. A porta rangiu enquanto uma sombra se esgueirava pra dentro.
- Lua?
- PORRA FRED! - me sentei.- VOCÊ QUER ME MATAR DO COR…
- Shhhhhhhhh…. - ele fechou a porta e correu até minha cama. - Por favor, não me expulsa. Meus pais me colocaram num quarto com seu primo Bruno e esse guri ronca que nem um boi! Eu não vou conseguir pregar o olho daquele jeito.
Ele se sentou do meu lado e ficamos nos encarando. Estava escuro, mas eu ainda podia ver seu cabelo bagunçado, que já estava precisando de um corte. 
- E você quer dormir aqui? - minha voz quase falhou.
- É. Tem problema? Eu durmo no chão. Você também ronca um pouco, mas acho que dá pra aguentar…
Bati no braço dele com toda a força que pude.
- Idiota.
- Haha. Deixa, Lulu?
- Deixo sim. Pega um cobertor e um travesseiro ai no armário.  
Ele levantou e foi na direção que eu mandei. Passei as mãos no rosto. E agora? “Se acalma, Luana. Ele só vai estar… perto… dormindo. Não precisa criar pânico. Não vai atacar o garoto também, né.” Vi o Fred colocando o travesseiro e o cobertor no chão e se deitando, fazendo o mínimo de barulho. Deitei de novo e fiquei prestando atenção numa mancha que tinha no teto perto da lâmpada.
- Valeu Lu.
- De nada.
Mais silêncio. “Será que ele está dormindo?”. Fiquei com vontade de olhar, mas não queria levantar o pescoço e dar bandeira. Continuei na mesma posição. Uns 10 minutos se passaram.
- Fred. - “Meu Deus! O que eu tô fazendo?” - Tá acordado? 
- Tô. 
"Ele respondeu! Será que ele estava acordado o tempo todo?"
- Você quer vir aqui pra cama? 
"Eu não devo estar no meu estado normal. Jesus, por quê eu to falando isso? O que ele vai pensar?". Ele não disse nada, mas levantou e deu a volta na cama, deitando do meu lado. Virei o rosto em sua direção, mas ele estava olhando para cima. Quando ele olhou, eu virei o rosto. Quando senti um desconforto, me dei conta de que prendia a respiração. Soltei-a lentamente. 
- Luana.
Olhei pra ele de novo. Ele tinha se virado na minha direção, e me olhava de um jeito estranho. De um jeito diferente. De um jeito que ele nunca tinha me olhado, ao menos não que eu tivesse notado. Me virei na direção dele também, e o tempo parecia estar congelado. Quando vi que ele se aproximava, era como se eu estivesse vendo em frames. A cada segundo ele estava em um lugar diferente, e eu não podia mais acompanhar seus movimentos. Acho que eu estava fechando os olhos. Senti primeiro seus lábios, quentes e macios, enconstando nos meus, e depois sua mão pousando no meu braço, seu toque fazendo meu corpo estremecer. Inicialmente eu não consegui me mexer, mas quando sua boca avançou na minha, respondi colocando minha mão em seu cabelo, entrelaçando meus dedos nele. Senti sua língua empurrando a minha e correspondi com demasiado entusiasmo, talvez. Nossas bocas continuaram coladas até eu notei que precisava respirar, e então puxei meu rosto para trás sutilmente, suspirando entre seus lábios.
- Luana…
Abri meus olhos, e ele também abriu os dele. Nossas testas se encostaram. Senti a mão dele descendo por todo o meu braço e parando na minha cintura.
- O que foi isso? - ele sussurrou.
- Acho que foi o satélite. - sussurrei de volta, puxando um pouco o seu cabelo. Ele sorriu, mais uma vez pertubando a paz do meu estômago.
- O que?
- O meu pedido. O meu pedido pro satélite. 

Satélites (cont. Amigos...?)


Era um sábado frio. Enquanto eu tomava meu chocolate quente, xingava mentalmente quem tinha tido a ideia de viajar para o campo no meio do inverno. Não conseguia me lembrar bem quem tinha sido, então xingava a ideia daquela pessoa. Tinhamos chegado há algumas horas, mas todos os tios e primos demoraram tanto para arrumarem as coisas em seus quartos e tomarem banho que decidiram ficar a noite em casa, bebendo e jogando cartas. Já tinha descoberto que o sinal do celular não pegava nem com oferenda, então meu humor não estava dos melhores. Ouvi a campainha.
- Ah, os Novara devem ter chegado! - disse minha mãe, correndo da cozinha para abrir a porta.
Meu coração parou, juro, por um segundo, e então disparou a bater tão rápido que larguei a xícara de qualquer jeito na mesa e até derrubei um pouco no tapete. Os Novara? Eles eram amigos dos meus pais há séculos, já tínhamos sido até vizinhos. Vez ou outra eles estavam lá em casa, mas eu não sabia que eles viajariam conosco. O que mais importava disso tudo é que eu estava apaixonada por um dos meus melhores amigos, Fred Novara.
- Como vai, mulher? Como foi a viagem? Vão entrando, podem colocar o casaco ali…
Tentei me conter, mas acabei esticando meu pescoço para ver quem estava atrás do Sr. Novara na soleira da porta. Vi o cabelo comprido platinado da Sra. Novara e a filhinha deles agarrada em seu braço. Eles passaram pela porta e… Minha mãe fechou. Senti meu corpo murchando.
- Ah não, Marta, deixa a porta aberta, o Frederico tá trazendo as malas.
Me levantei e quase saltitei até a entrada da casa. Vi o Fred pegando duas malas do carro e trazendo com alguma dificuldade. Quando ele me viu, sorriu, e eu sorri de volta. Fui até ele e segurei a alça de uma das malas.
- Não precisa não, Lua, tá pesado.
- Não tem problema… Idiota! Você nem me disse que estava vindo.
- Eu queria ver tua cara. Haha
- Minha cara de “por que esse imbecil veio me importunar aqui?”?
- Sua cara de alívio, porque eu vou salvar o seu feriado tedioso!
Não respondi, mas concordei só pra mim. O meu feriado tinha acabado de melhorar 1000%.
*
Sentamos no balanço velho do quintal olhando para o céu estrelado.
- Bonito aqui né? Sem as luzes da cidade e tal. - ele disse, inclinando o pescoço para trás.
- Sim… Sei lá.
- Ah, qual é Luana! Tu é muito chata né, nada te impressiona haha.
- Várias coisas me impressionam. Só acho que todos os dias o céu está a mesma coisa.
- Claro que não. Vem cá, você já viu um satélite?
- Um satélite?
- É, o artificial, que o homem põe no espaço sabe? Dá pra ver daqui da Terra.
- E daí?
Ele levantou do balanço dele e veio atrás do meu, colocando as mãos logo acima das minhas na corrente. Senti os pelos do braço arrepiarem e desconfiava que não era por conta do frio.
- É igualzinho a qualquer outra estrela, então é difícil de ver, mas se você prestar bem atenção dá pra ver ele se mexendo bem rápido… - seus olhos procuravam algo na imensidão lá de cima. - Olha! Olha Lua! - Ele se curvou em cima de mim e pôs o dedo do lado do meu rosto, pra me apontar a direção certa. - Passando ali perto das três marias, muito rápido!
- Eu vi! Nossa, tá bem rápido mesmo!
- Bem legal né?
- Aham…
- Eu gosto de fingir que é uma estrela cadente. Faz aí um desejo…
"Você".

Amigos...?


Me lembro vagamente de um dia, na rua, quando tinhamos uns 12 anos. Acho que você jogava bola. Me lembro de ver seus ombros nus, já vermelhos de tanto sol. Seu cabelo preto esvoaçava enquanto você corria atrás da bola, os pés descalços levantando poeira. Você marcou um gol e comemorou triunfante, os braços magrelos levantados. O sorriso que você abriu me tirou o ar. Eu tentei desviar o olhar, observar os outros garotos, observar o céu azul, observar minhas próprias mãos. Tinha certeza de que estava vermelha. Pisquei os olhos e você estava sentado à minha frente, 7 anos mais velho. Mais alto, mais esbelto, mas com o mesmo sorriso no rosto. Os lábios repuxados um pouco para o lado, os dentes quase à mostra. Você ria de alguma piada. Todos na mesa do bar conversavam descontraidamente. A próxima rodada de cerveja estava à caminho. É claro que eu nunca disse nada sobre a revirada que meu estômago deu naquele dia. Depois de alguns meses, você se mudou para o outro lado da cidade, e eu já não assistia seus jogos de futebol. Continuamos nos vendo na escola, claro, e nos cinemas que íamos com a galera nas quartas-feiras, que era promoção, mas só. Mais ou menos dois anos depois você me apresentou sua namorada. Ela era do nosso grupo de amigos, a mais bonita, diga-se de passagem. Eu me dividia secretamente entre estar feliz por vocês dois e morrer de ciúmes de qualquer toque, beijo ou piadinha entre vocês quando eu estava presente. Como posso esquecer de quando vocês terminaram? Você chorou no meu ombro. E depois você me disse que nunca mais choraria por ninguém. Te vi mudar de água para o vinho, vi suas roupas escurecendo, sua postura ficando violenta. Vi toda sua fase rebelde, quando você resolveu pintar o cabelo de roxo, e depois de verde, e depois descolorir totalmente… Nos tornamos tão distantes, porque você entrou para uma banda de rock, e eu gostava de Katy Perry e Lady Gaga. Eu sabia que no fundo você continuava a mesma pessoa, mas não suportava ficar por perto quando você só sabia falar de Sex Pistols e de como todo mundo na escola era mauricinho. Um dia recebi uma mensagem sua que dizia “saudades de como as coisas eram entre a gente”. Outra reviravolta estomacal. Voltamos a nos falar todos os dias, e apesar de todas as nossas diferenças, e apesar de eu nunca ir a nenhum show da sua banda por não suportar os ambientes, e apesar de você nunca ter ficado mais de 5 minutos em nenhuma festa de aniversário minha, por não suportar as pessoas, nossa amizade seguiu por todos esses anos. Hoje, comemorando no bar o simples fato de ser sexta-feira, me peguei pensando em tudo isso, e não pude acreditar quando me dei conta… 7 anos. Faz 7 anos que eu to na tua. E agora?

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Eu não danço.

- "Eu nunca vou ser como eles", você dizia. E olha só como você está agora...
- É. Eu disse isso. Eu era esse tipo de garota. Você pode perguntar pra qualquer um aqui, todos sabiam disso. Eu nunca achei que a minha felicidade dependesse de outra pessoa. Sempre pensei que não é muito inteligente abrir mão de tanta coisa na sua vida por causa de uma fantasia. Eu pensava que era superior a essas coisas, e talvez isso só me faz mais ingênua do que todos os outros. Eu não sou a favor de todo o drama, não queria me apaixonar. Mas eu não danço.
- Oi?
- Eu não danço. Você já viu, eu piso no pé, eu não movo minha cintura, eu sou terrível. Mas por ele, eu dancei. Uma vez. Estávamos num estacionamento, e estava serenando... Garoando, vocês dizem em São Paulo, né? Ele perguntou se eu dançava, e eu disse que não levava o menor jeito pra coisa. Você sabe que não. E então, antes de entrarmos no carro, ele me puxou, e nós ficamos lá, dançando e rindo enquanto as pessoas passavam olhando. Eu estava lá, girando com ele em círculos, no meio da rua. Não tinha nenhuma música, mas nós seguíamos os mesmos passos. Esse sentimento nunca me ocorreu antes, eu nunca tinha chegado tão longe com alguém. Eu sei lá... Ele fez com que meus dois pés esquerdos se movessem em um ritmo, e junto com eles, meu coração.
- Nossa, você conseguiu ser muito muito brega agora. Acho que existe um nível pra esse tipo de coisa e você acabou de superá-lo.
- Me desculpe. Não é o meu estilo.
- Ele te encurralou de jeito...
- Eu não ligo. Eu dançaria com ele em qualquer outro lugar.


quinta-feira, 17 de julho de 2014

O que eu fiz da minha wishlist de 2012

Então! Ressurgi de um semestre cheio e estressante para as maravilhosas e recompensantes férias! E então lembrei aqui do blog. E aí lembrei que ainda em 2012 o eu fiz uma lista de 10 coisas que eu queria fazer no ano de 2013. Umas eu consegui, outras não, outras não estavam na lista mas eu fiquei feliz de realizar também. Então, pra ficar guardado aqui para que alguma outra vez que eu lembrar de entrar no blog eu possa dar uma olhadinha, estão as minhas conquistas daquela listinha:

1. Passei na UnB!

Não tem como começar a descrever esse ano incrível na Biologia. Eu tô adorando o curso desde o primeiro momento. Desde o resultado no site do cespe, as aulas chatas de cálculo com a professora russa, o coquetel e o churrasco dos camorenos, as tardes intermináveis no laboratório de anatomia(foto de jaleco), o fim do semestre, as festinhas com nomes impróprios, ter meus próprios calourinhos e uma afilhada de curso, coquetel de novo e vários e vários momentos e amigos que eu nunca esquecerei. Que venham mais anos cansativos, mas divertidos nesse curso sensual!!! "Um dois três, quatro cinco seis, seeete... oooooito! Ooooito"
*Bônus: Agora em maio de 2014 fui pro INTERBIO, uma viagem totalmente sensacional e LOUCA com muita gente legal do meu semestre e muitos veteranos e (alguns) calouros também. Foi bonito foi, foi bonito foi, foi bonito, foi boniiito! Arararaquaraaaaa...


2. Tirei carteira :D


Sim, quando fiz 18 anos em menos de uma semana estava resolvendo todos os trâmites para tirar minha esperada CNH. Fui aprovada faz pouco tempo, então ainda não estou me aventurando pelas ruas brasilienses, mas só de ter passado na estressante prova do DETRAN, considero uma conquista sem tamanho.

3. Não, não entrei em forma. Mas tentei, algumas vezes...

Eu e meu irmão, numa corrida da O2 que teve em Brasília em 2013. Confesso que caminhei muitas partes do percurso, mas valeu a pena. Achei muito emocionante(sério, e foram só alguns km) a sensação de atravessar a linha de chegada. Preciso fazer isso mais vezes!

4. A bicicleta também só esteve presente eventualmente...

Esse passeio de bike foi lá no Rio de Janeiro, quando fui pra Jornada Mundial da Juventude, há mais ou menos 1 ano atrás. Eu adorei a ideia de alugar uma bicicleta por um dia, e recentemente essa grande ideia também chegou em Brasília. Ainda não testei o serviço candango, mas o carioca foi bem satisfatório. Atravessamos Copacabana, andamos pelo Leblon, fomos até a lagoa Rodrigo de Freitas e... ah, como o Rio é lindo!

5. Não tive tempo de fazer aula de canto, ou de violão...

Mas essa é a desculpa que sempre damos né? Se eu for esperar o semestre que eu tenha tempo, na UnB, só quando entrarem de greve mesmo. E espero que isso não aconteça tão cedo...

6. Passei algum tempo não conseguindo ler livros além de

Livros de citologia, anatomia, histologia, química orgânica, fundamentos de física, cálculo 1, ecologia, psicologia da educação(argh), bioquímica... Mas no final, consegui me salvar. Mesmo quando me parecia impossível, eu tentava ler algumas páginas SÓ por entretenimento, porque ler sem parar por obrigação estava me enlouquecendo! Desde o meio do ano para cá, me recuperei no quesito leitura, e espero não perder o hábito nos próximos meses, já que muitas coisas vão acontecer na minha vida, mas isso é assunto pra outro post.
Atualmente, estou lendo a série "Divergente", depois que vi o filme no cinema, porque estava com uma saudade enorme de ler alguma ficção juvenil desse estilo... 

7, 8 e 9. As amizades que fiz esse ano, as amizades que mantive, todas as loucuras que me meti e NÃO me arrependo!


 Amizades que vêm lá do ensino fundamental, e que vão dividindo comigo as grandes conquistas da vida... 

 A cada ano que passa, tenho mais certeza de que vamos combinar de sair pra um bar e jogar conversa fora quando tivermos 70 anos, porque amizades como essas não acabam no tempo da escola, nem no tempo da faculdade, mas duram por toda a vida.

Dos projetos que iniciei esse ano, o mais marcante foi com certeza o Sonhar Acordado. É incrível o quanto uma pessoinha de 4, 5, 6 anos de idade pode te ensinar tanta coisa sobre a vida, sobre valores. Se você tiver a oportunidade, faça trabalho voluntário. O intuito é ajudar quem precisa, mas ironicamente quem ganha mais é você.

As amizades que fiz na UnB, sejam da biologia ou de outro curso, assumem uma dimensão muito maior do que em qualquer outra fase da minha vida. Eu passo o dia na UnB, e é com vocês que eu compartilho tudo sobre mim. Agora consigo entender porque sempre dizem que as amizades que fazemos na faculdade geralmente ficam conosco pro resto da vida. Essa foto tem uma pequena parte das pessoas que conquistaram meu coração desde 2013.

10. Viagens

A virada do ano de 2014. Com minha mãe, grande companheira de viagens, na Disney.

 Setembro de 2013, em Buenos Aires.

Jornada Mundial da Juventude, junho de 2013, no Rio de Janeiro.

 Lollapalooza de 2013, com irmão e amigos, em São Paulo.

 Mais da viagem do final do ano de 2013. Discovery Cove, Orlando.

Início de 2014. New York City!

 Parque del Retiro, Madrid. 2014.

Arc de Triomphe, Paris. 2014.

London Eye, Londres. 2014.

Miami, 2013.

E essas foram algumas fotos totalmente aleatórias das últimas viagens que eu fiz. Sei que ainda há muito reservado pra mim, e sou muito grata pela oportunidade de já ter feito essas viagens tão enriquecedoras. Viajar vicia demais! Espero nunca ter que reprimir este vício.

É isso! Tudo que eu consegui, e não consegui(ainda!) realizar da minha lista de 2012. Estou pensando em fazer outra, porque afinal planos são importantes para nos manter focados nos nossos objetivos. Adorei ver que muito do que eu sonhava, e que parecia tão distante, acabou acontecendo de uma maneira ou outra, e muito do que eu queria na época agora não parece mais tão importante. Os anos passam, vivemos tantas experiencias e o nosso caminho acaba nos moldando, as vezes de maneiras que não esperávamos. É bom, no entanto, nos lembrarmos do que já fomos, porque tudo o que eu quero hoje diz muito sobre mim, mas talvez o que eu já quis diga muito mais.